Autor: Fernando Paixão
A Língua Portuguesa apesar de falada por milhões de pessoas, e ter tido uma única origem, sofreu e sofre até hoje transformações provenientes das praticas culturais bastante distintas, que na verdade distancia os países falantes do português uns dos outros. Podemos evidenciar este fato no filme Língua – Vidas em Português que nem mesmo seu diretor confiou na compreensão da língua, que fez uso de legendas para traduzir o documentário que trata da língua portuguesa no Brasil, Angola, Portugal, Macau, Goa e Moçambique visando o entendimento de todos.
O filme documentário do moçambicano Victor Lopes, que reside há mais de duas décadas no Brasil, evidencia o grande fragmentação, estilos e riquezas em uma língua falada e escrita por milhões de pessoas distribuídas em seis regiões do mundo. A abordagem de temas livres procura mostrar o português do Brasil exposto através de um baleiro carioca que narra como se regenerou da vida marginal através da religião, transporta o espectador para outro país para viajar nas estórias do desarmador de minas terrestre moçambicano, onde percebemos uma ligação sutil da língua no seu passeio pelos países, ao mesmo sabor que viajamos no comentário de dois jovens sobre a cidade de Lisboa a bordo de um bonde.
O documentário faz saltos ou cortes que podem confundir o espectador, muito embora pareça intencional para que possamos sentir que se trata de uma única comunidade. A fragmentação e as idas e vindas tem certo ritmo, mas que pode confundir os menos avisados ou atentos às diferenças culturais, porém é inebriante para o admiradores da língua portuguesa.
Os Personagens do cotidiano têm como script a sua vida como tema a discorrer durante o filme o que dá uma leveza ao documentário que tem o cuidado de fazer uma mistura da língua portuguesa popular e a língua falada e explicada por celebridades como: os brasileiros Martinho da Vila e João Ubaldo Ribeiro, o moçambicano Mia Couto e o português José de Sousa Saramago fazem um contraste todo especial com os depoimentos de personagens interessantes do dia a dia. Essa mistura de falar a língua e falar da língua faz do documentário algo atrativo e curioso.
A abordagem é suave e a fotografia tem muita qualidade e beleza, transportando – nos para um mundo multicultural com um idioma familiar, porém cheio de peculiaridades e riquezas, fazendo do documentário se assemelhar a um maravilhoso city tour para ouvintes e admiradores da Língua Portuguesa.
Parabéns pela critica.
ResponderExcluirEla mim foi muito importante para auxiliar meus estudos sobre o filme.