Escrito por: Mario Ruiz
Quanto ao tema fatores de produção, há uma divergência de opiniões entre os economistas quanto ao número de fatores, porém todos concordam com a existência de fatores de produção. A seguir abordaremos as duas correntes, sendo que primeiro será feito uma analise do pensamento dos autores mais antigos ou tradicionais, para o qual classificam em três os fatores de produção que são: A "terra", o "trabalho" e o "capital".
A "terra" e o "trabalho" são considerados fatores originários, já o "capital" e derivado da "terra" e do "trabalho". Segundo a teoria desses autores, vamos analisar a influencia desses três fatores na produção.
Esses fatores têm influencia direta na produção, os quais são utilizados para satisfazer as nossas necessidades, direta ou depois de transformadas. O planeta em que habitamos que foi denominado de "Terra", constitui o primeiro fator de produção e quando surgiu o homem, o mundo já estava criado.
O homem vem em constante evolução, seus conhecimentos é renovado freqüentemente, porem até hoje podemos aproveitar somente a superfície da terra, a camada inferior mais próxima e a camada gasosa que envolve nosso planeta. A terra tem condições de nos oferecer os gêneros alimentícios e a matéria-prima necessária para a produção de novos bens econômicos.
A natureza é generosa, pois encontramos na terra muitas coisas imediatamente aproveitadas como: os peixes, animais comestíveis, ervas, frutas a água etc. E não é só isso, temos os mares e os rios com suas quedas-d'água, o homem faz aproveitamento desses recursos, para melhorar a sua existência. Podemos notar também que até as coisa que a natureza nos oferece prontas, como: os animais, peixes, frutas etc., exige algum esforço que é considerado "trabalho", como: a caça, a pesca, a colheita, o transporte, o armazenamento, etc. Então o segundo fator de produção é o "trabalho" (Esse nome vem de um antigo instrumento chamado "tripallium", o qual era usado para castigar os escravos e exigir deles mais trabalho).
É bom lembrar que o homem é o agente da produção e o seu trabalho representa o segundo fator da produção. O trabalho, em economia, quer dizer o trabalho humano e não o desempenho das máquinas e nem o esforço dos animais que parecem trabalhar. A máquina industrial e os animais colocados a serviço do homem representam o terceiro fator de produção, que é o "capital" o qual vamos abordar a seguir.
Ao longo dos anos, o homem percebeu que mesmo as coisas que não proporcionavam a pronta satisfação de suas necessidades, serviriam para ajuda-lo a obter outras coisas de consumo imediato. Então o homem primitivo percebeu que poderia fazer instrumentos como o arco e flecha, o machado de pedra, a foice com dentes de sílix, etc; que poderiam auxilia-los a conseguir com mais facilidade as coisas para a sua sobrevivência e de sua família. Dessa forma é que nasceu o terceiro fator da produção, que denominamos de "capital".
É considerado capital, os bens que não se destina à imediata satisfação do ser humano, mas que tem a função de facilitar a produção de utilidades econômicas. O capital no ponto de vista econômico é representado pelas matérias primas, usinas, máquinas, ferramentas, edifícios industriais etc. O dinheiro ou o credito, também é considerado capital, somente do ponto de vista comercial ou financeiro, representando a fonte do financiamento para a compra dos bens de produção: bens duráveis e transitórios (insumos).
Quando os três fatores estão em harmonia, a produção com certeza estará crescente, observamos na "terra" o fator originário com uma riqueza incalculável para o ser humano, com o "trabalho" conseguirmos os bens econômicos, e por fim vem o "capital", que só com ele pode se concluir o ciclo produtivo.
A sociedade vem evoluindo, com isso nasceu um novo fator de produção, defendido por muitos autores denominado de "empresa", que representa a organização econômica que tem a função de reunir ou combinar os fatores tradicionais da produção terra, trabalho e capital e que agrega o quarto fator a "empresa", a qual tem a função de produzir bens e serviços.
Quando falamos em economia moderna observamos que é caracterizada pela existência de muitas e variadas empresas produtoras de bens e serviços. Chegou a um ponto de importância na vida econômica, que a empresa passou a ser considerada um novo fator de produção, defendida por alguns autores de Economia. Porem não devemos considerar a empresa como fator de produção e sim forma de produção. Justificando esta teoria observamos que antes da Revolução Industrial, que passou da produção manual, para a produção mecânica, a qual deu inicio no século 18 e se desenvolveu no século 19. A partir da revolução industrial que antes era de forma doméstica (produção manual) ganhou nova forma, a empresarial (produção mecânica).
Então concluímos que tradicionalmente são três os fatores de produção: A terra, o trabalho e o capital. Depois de analisar a fundo os três fatores da produção, estamos preparados para eliminar um fator, que é a terra. Dessa forma fica o trabalho e o capital ao qual pode ser aplicada a seguinte fórmula: (Fatores de produção = Trabalho + Capital).
O fator trabalho é o esforço somente do homem, fica de fora deste fator, os animais e as máquinas. Já o fator capital com a redução dos fatores passa a ter um novo conceito que o divide em três: Terra, Bens de produção e bens de consumo duráveis.
1º Terra: são os bens duráveis da natureza como as minas, áreas urbanas, terrenos agrícolas etc.
2º Bens de produção duráveis ou capital fixo: são bens feito pelo homem como as ferramentas, maquinas etc.
3º Bens de consumo duráveis: são bens produzidos pelo homem como os automóveis, residências etc.
Quando unimos a força do trabalho dos trabalhadores ativos, com os recursos do capital disponível empregado por todas as empresas, desde o primeiro dia do ano, surge, no fim do período (para facilitar os trabalhos de análise macroeconômica de um país foi escolhido o período de tempo de 1º de janeiro a 31 de dezembro), a produção nacional bruta ou produto nacional bruto do país.
Define-se a produção global do país, no prazo de um ano como bens econômicos, em "bens de consumo" e "bens de produção".
Sendo a produção nacional bruta ou produto nacional bruto, um dos mais importantes agregados macroeconômicos, o qual tem dois destinos, o "investimento" e o "consumo".
È importante frisar que "Investimento" no mercado financeiro tem um sentido; já em Economia tem outro. No mercado financeiro significa aplicação do capital em títulos públicos ou privados ou, então, a compra de ativos reais, como o dólar, ouro, imóvel etc. No setor econômico significa aplicação em edifícios, equipamentos industriais, maquinarias, instalações etc. É muito importante conhecer os dois significados.
A produção total de um país, bem como a produção que recebe do exterior segue os mencionados destinos, sendo que uma parte da produção é consumida (geralmente todos os bens de consumo e serviços) e a outra parte é aplicada ou investida novamente na produção por particulares, governo e empresas em menor escala, como novo capital.
Podemos comparar uma pessoa que precisa de uma casa para a sua família. Pois ela reserva parte de seus rendimentos para um investimento que pode ser, para a aquisição ou construção da casa própria, e a outra parcela é destinada para a alimentação, vestuário, remédios, educação etc.
Essas noções são consideradas básicas, porem é muito importante conhecer a atividade econômica de um país, porque a regra é praticamente igual em todo o mundo. Tudo o que foi abordado até aqui nos dá a condição de entender a equação fundamental da produção de qualquer país. Lembrando que: "Fator de produção = Trabalho + Capital". Com tudo que vimos até agora, chegamos a mais uma fórmula da produção global de um país que é: "Produção (ou Produto) Nacional Bruta = Consumo + Investimento".
Esta fórmula mostra que a produção (ou produto) nacional bruta será sempre a soma em dinheiro (moeda de cada país) dos bens consumidos pelas empresas, governos e particulares, mais os bens destinados ao investimento, constituindo assim o novo capital, para outro ciclo de operação no ano seguinte.
A produção (ou produto) nacional bruta pode ser apresentada em termos monetários (na moeda de cada pais), como também pode ser representados por meio de taxas percentuais ex: 2,5%, 4%, 6% etc., para efeito de estatísticas, para comparar um período em relação a outro. A fórmula da produção global de um país pode ser representada palas iniciais das palavras e fica assim: (PNB = C + I). Ex: PNB (R$ 75.000) = C (R$ 55.000) + I (R$ 20.000).
Completando o estudo da produção e seus fatores, devemos observar a "depreciação do capital", que em Economia significa desgaste físico dos bens de produção ou do capital fixo representado pelos equipamentos, utensílios, instalações durante as operações de produção. Sendo que o capital fixo sofre desgaste pelo uso, então o total da depreciação deve ser deduzido do valor da produção (ou produto) nacional bruta, para se ter maior precisão no cálculo da produção global de um país.
Quando deduzimos o total da depreciação do capital fixo da produção (ou produto) nacional bruta, fica o resultado da "produção (ou produto) nacional liquida", a qual pode ser PNL ao custo dos fatores de produção e PNL a preços de mercado.
Concluímos então que:
1º A produção (ou produto) nacional bruta é o valor (em moeda do país) da produção global de bens e serviços de um país.
2º A produção (ou produto) nacional liquida é a mesma produção anterior depois de deduzido o valor da depreciação do capital fixo.
Vamos ver a fórmula da produção (ou produto) nacional líquida fica assim: Produção (ou produto) nacional liquida = Consumo + Investimento - Depreciação. Usando as 1ª letras fica assim: (PNL = C + I - D). Ex: PNL (R$ 75.000) = C (R$ 60.000) + I (20.000) - D (5.000).
Nas considerações finais é importante esclarecer que considerando apenas a produção interna do país, (excluindo as rendas liquidas enviadas ao exterior e também a depreciação do capital fixo) deve se falar em produção (ou produto) interna bruta - PIB. Este é outro agregado importantíssimo na moderna análise macroeconômica, de vez que ele representa, como dissemos, tudo aquilo que se produz exclusivamente dentro das fronteiras geográficas de um país (sem as relações externas). O PIB constitui um indicador da atividade econômica global de um país, sinalizando o seu crescimento (variação positiva - ex. 4.1%) ou seu decréscimo (variação negativa ex. - 2.6%) de um ano para outro. Tudo que abordamos neste artigo é usado para a economia de qualquer país, seja ele desenvolvido ou subdesenvolvido.
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